quinta-feira, 24 de julho de 2008

Especial, parte 2: Um século depois ainda há dúvidas sobre a natureza do objeto extraterrestre

Por Cristina Possamai
Crônica Popular & Portal G1

A estrutura da “coisa” extraterrena que caiu na região de Tunguska, na Sibéria, há um século segue uma polêmica.

Em 1930, o astrônomo britânico F.J.W. Whipple especulou que o corpo espacial poderia ser um cometa pequeno. Um cometa meteorito, sendo composto principalmente de gelo e poeira, poderia ter sido completamente vaporizado pelo impacto com a atmosfera da Terra, sem deixar traços visíveis.

A idéia de cometa foi apoiada especial pela forte luz que atingiu por as noites européias por um longo tempo logo após a queda, causada ao que tudo indicava pela poeira, que tinha sido espalhada em toda a atmosfera.

Além disso, análises feitas na região mostraram grande quantidade de material cometário, ou seja, partículas de possíveis cometas. Em 1978, astrônomo eslovaco Lubor Kresak sugeriu que Tunguska devia ser um pedaço do meteorito Encke, responsável responsável pela chuva de meteoro Beta Taurídeos. Coincidência ou não, o fenômeno em Tunguska coincidiu com o auge desse evento meteórico.

Em 1983, o astrônomo Z. Sekanina divulgou um estudo criticando a idéia de simples meteoro. Ele afirmou que um organismo de material cometário, viajando pela atmosfera, devia ter se desintegrado, enquanto o que coisa na Sibéria ficou intacto.

O astrônomo ainda ressaltou que as provas apontavam para a estrutura de um objeto rochoso, possivelmente de origem próxima de um asteróide. Essa hipótese ficou ainda mais forte em 2001, quando P. Farinella, L. Foschini e outros divulgaram um estudo que sugeria que a órbita do objeto responsável pelo evento de Tunguska tinha origem no cinturão de asteróides. Com efeito, após obterem 886 órbitas, eles estimaram que a probabilidade de que o objeto Tunguska se deslocasse numa trajetória asteróidal é superior a uma cometária, 83% e 17%, respectivamente.

Os defensores da causa “cometa” deram a entender que a “coisa” era um cometa extinto com um manto de pedras que lhe permitiu entrar na atmosfera. A principal falha da teoria asteroidal é que um objeto como esse teria que causar uma enorme cratera ao se chocar contra o solo. Mas, na Sibéria esse buraco não foi achado. Tem-se dito que a passagem do suposto asteróide pela atmosfera causou uma pressão que elevou as temperaturas até um ponto em que o asteróide teria se desintegrado em uma imensa explosão.

A destruição teria de ser tamanha que não restariam qualquer rastro do objeto. Só que várias partes da “coisa” durante a explosão teriam sido os causadores da luminosidade noturna.

O astrônomo Christopher Chyba e outros têm proposto um processo em que um meteorito pedregoso poderia exibir um comportamento semelhante ao de Tunguska. O resultado não produz nenhuma cratera, pois os danos se distribuem ao longo de um raio bastante amplo, causando uma enorme explosão.
Não perca domingo: quais as hipoteses levantadas sobre a "coisa"? Das bizarras às mais sérias. Acompanhe tudo aqui no Crônica Popular.

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