Do Portal G1
Hipóteses especulativas
A compreensão científica do comportamento dos meteoritos na atmosfera da Terra era muito imprecisa nas primeiras décadas do século XX, em virtude da falta de conhecimento. Em conseqüência, muitas hipóteses relativas ao fenômeno Tunguska devem ser rejeitadas pela ciência moderna.
Buraco negro
Em 1973, os físicos Albert A. Jackson IV and Michael P. Ryan Jr., ambos da Universidade do Texas, propuseram que a bola de fogo de Tunguska foi causada por um microburaco negro que atravessou o globo terrestre. Para essa hipótese, não há nenhuma evidência de uma segunda explosão ocorrida quando o microburaco negro saiu da Terra. Essa hipótese não teve uma aceitação universal. Além disso, a posterior descoberta por Stephen Hawking de que buracos negros irradiam energia indica que um pequeno buraco negro teria evaporado antes que pudesse encontrar a Terra.
Antimatéria
Em 1965, Cowan, Atluri e Libby sugeriram que Tunguska foi causada pela aniquilação de um pedaço de antimatéria proveniente do espaço. No entanto, tal como acontece com as outras hipóteses descritas aqui, nenhum resíduo foi encontrado na área da explosão. Além disso, não há nenhuma evidência astronômica da existência de tais pedaços de antimatéria em nossa região do universo. Se tais objetos existissem, eles estariam constantemente produzindo raios gama, em virtude do aniquilamento no meio interestelar, mas os raios gama não têm sido detectados.
Eletromagnetismo
Algumas hipóteses associam Tunguska às tempestades magnéticas semelhantes às que ocorrem, após as explosões termonucleares, na estratosfera. Por exemplo, em 1984 V.K. Zhuravlev e A.N. Dmitriev propuseram um modelo heliofísico baseado em "plasmóides" ejetados pelo Sol. Valeriy Buerakov também desenvolveu um modelo independente de uma bola de fogo eletromagnética.
Explosão de uma nave alienígena
Amantes da ufologia há muito tempo sustentam que Tunguska é o resultado da explosão de uma nave alienígena enviada para "salvar a Terra de uma ameaça iminente". Esta hipótese provém de uma história de ficção científica escrita por Aleksander Kazantsev, engenheiro soviético, em 1946, na qual uma nave espacial é movida a energia nuclear. Essa história foi inspirada por Kazantsev pelo bombardeio de Hiroshima, em 1945. Muitos fatos do relato de Kazantsev foram posteriormente confundidos com as ocorrências reais em Tunguska.
A hipótese de óvni usando força nuclear adaptada para tevê foi tomada dos escritores Thomas Atkins e John Baxter, em seu livro "The Fire Came By" (1976). Em 1998, a série televisiva "The Secret KGB UFO Files", difundida pela TNT, refere-se a Tunguska como "o Roswell russo", informando que os destroços do óvni tinham sido recuperados.
Em 2004, um grupo de cientistas russos do Tunguska Space Phenomenon Public State Fund alegou que foram encontrados destroços de uma nave espacial alienígena no local. Os defensores da hipótese óvni nunca foram capazes de fornecer qualquer prova significativa para as suas reivindicações.
Note-se que a queda de Tunguska está perto do Cosmódromo de Baikonur e, por isso, tem sido repetidamente contaminada por resíduos espaciais russos, especialmente pelo fracasso do lançamento do quinto vôo de teste da nave Vostok, em 22 de dezembro de 1960. A carga útil caiu perto do local de impacto Tunguska, quando uma equipe de engenheiros foi enviada para recuperar a cápsula e os seus passageiros (dois cães que sobreviveram).
Torre de Wardenclyffe
Também foi sugerido que a explosão Tunguska foi o resultado de uma experiência de Nikola Tesla com sua Wardenclyffe Tower, quando Robert Peary realizou a segunda expedição ao Pólo Norte. Tesla tinha alegado que a torre poderia ser usada para transmitir energia eletromagnética a grandes distâncias, tendo alegado que enviou uma comunicação a Peary, aconselhando-o permanecer alerta para a ocorrência de fenômenos extraordinários como as auroras quando tivesse tentando ir ao Pólo Norte.
No entanto, o funcionamento da Torre de Tesla não era bem compreendido, e acredita-se que Tesla nunca tenha tentado usá-la com esse objetivo. Não se sabe se o mecanismo poderia produzir energia e transmiti-la longitudinalmente para produzir um evento semelhante ao de Tunguska, equivalente a uma explosão termonuclear; o núcleo atômico nem sequer tinha sido descoberto, o que só ocorreu na década seguinte. Se bem que, já, em 1891, com referência à estrutura do éter e ao electromagnetismo, Tesla afirmava que deveria existir “um mundo infinitesimal, análogo ao macrocosmo”.
Independentemente, se fosse possível que a instalação de Tesla produzisse tal efeito, o principal argumento de que Tesla não foi responsável pelo evento de Tunguska é o fato de que ele ocorreu por volta das 7h da manhã. Considerando os dados (se eles podem ser confiáveis), as experiências de Tesla foram realizadas na noite de 30 de junho. Ela ocorreu cerca de 6 horas antes do evento de Tunguska, ou seja, a uma hora da manhã do dia 30 de junho, tempo local em Nova York.
O que de novo tem se afirmado sobre esse estranho fenômeno? O que ainda pode ser descoberto?
Acompanhe na próxima quinta-feira, 31, aqui no Crônica Popular a última matéria desse Especial.
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