terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tem pra todos?

Por Iane Dagostin

Você já deve ter percebido o quanto as cidades estão crescendo, quantas casas, o quanto as ruas estão ficando mais movimentadas, quantas lojas novas abrem, quantos produtos diferentes são lançados todos os dias. Tudo isto é conseqüência do crescimento populacional. Quando Deus disse ‘crescei e multiplicai-vos’, o povo todo disse ‘amém’!

Todo mundo já deve ter ouvido aquela musiquinha da copa de 1970 (quem não era nascido certamente ouviu em algum documentário), ‘noventa milhões em ação, pra frente Brasil...’ e 38 anos depois, somos mais de 180 milhões, o dobro! Isso falando só de Brasil...

Onde quero chegar? Vamos lá: você, assim como eu e como 99,9% das pessoas viventes desse planeta quer comer bem, vestir-se bem, ter uma casa confortável com água e energia elétrica, um carro ou qualquer outro veículo e diversas outras coisas, umas necessárias, outras nem tanto.

A questão é: será que o planeta agüenta? Será que nossa mãe Natureza tem condições de dar tudo que seus filhos querem? A resposta é: não!

Fome no mundo ninguém passaria se a renda fosse bem distribuída. Mas a Terra não consegue repor tudo que estamos consumindo, graças as quinquilharias e aos excessos que insistimos em ter. Para acompanhar nosso ritmo de consumo, seriam necessários 1,25 planetas, ou seja, consumimos ¼ a mais do que a Terra é capaz de repor.

Vamos a um exemplo prático: se abrirmos uma poupança e todo mês depositarmos 100,00, ela vai render. Se depois continuarmos fazendo o deposito, mas logo depois sacando 20,00 todo mês, ela continua render, só que um pouco menos. Se continuarmos os depósitos e aumentarmos os saques para 50,00, o rendimento diminui, mas ainda continuamos com sobra. Se ainda continuamos, mas agora com saques de 100,00, igual ao valor de depósito, não haverá valor de reserva. E se depositarmos 100,00 e gastarmos 125,00, a poupança continuará devido as reservas adquiridas no início, mas em breve, o saldo será negativo e aí, ficamos devendo. O mesmo está ocorrendo com nosso planeta.

Quer saber o quanto você consome do planeta? Acesse o site do WWF, e descubra o tamanho da sua “pegada ecológica”.

O “X” da questão que quero abordar é o seguinte: se hoje somos muitos e o planeta continua o mesmo, não podemos consumir exageradamente, precisamos dividir, poupar, cuidar. O planeta é nossa casa apenas de empréstimo e outros virão morar nela, tendo o direito de usufruir das mesmas condições que nós.

Se passarmos a mudar nossas escolhas do dia-a-dia e nossos hábitos gradativamente, (mas de preferência, quanto antes melhor!), muito ainda podemos “ressarcir” à nossa “poupança” Terra. E isso começa toda vez que escolhemos um produto com uma embalagem retornável, quando separamos nosso lixo, quando doamos a alguém que precise algo que não vamos usar mais, quando tomamos o banho um pouco mais rápido, quando deixamos de comprar coisas inúteis. A dica é não se deixar levar pelo consumismo que está sendo imposto nos tempos modernos.

Há quem ache esse texto utópico, mas ele tem seu sentido: se foi pouco-a-pouco que passamos a fazer as coisas de forma errada e elas tornaram-se grandes problemas, também foi de pouco-a-pouco que passamos a perceber sua importância, e será de pouco-a-pouco que voltaremos a agir corretamente! Afinal, é de gota em gota que se enche o mar...Pense nisso!

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