
O sonho brasileiro na Gold Coast australiana acabou nos pés de Joel Parkinson. O australiano beirou a perfeição nas semifinais - com um 10,00 e um 9,93 - e, não satisfeito, repetiu o show em Kirra, onda de seu coração. Com outra nota 10,00, agora na final, o menino da baía de Coolangatta faturou, em casa, o bicampeonato da etapa de abertura do Circuito Mundial (WCT). A Adriano de Souza, o Mineirinho, uma honrosa segunda colocação no ranking, o melhor resultado de sua carreira. Eneacampeão mundial, o americano Kelly Slater parou na terceira fase e amarga a 17ª posição.
A derrota por combinação na final não apaga o feito de Mineirinho. Foi a primeira vez que ele decidiu o título de uma etapa. E a última vez que um brasileiro tinha alcançado tal fase do WCT fora em maio do ano passado, quando Bruno Santos, como convidado, venceu no Taiti. Antes disso, o melhor resultado de um brasuca integrante da elite era de Victor Ribas, no WCT Brasil de 2006, quando perdeu o título para o americano Damien Hobgood.
A sofrida onda de Kirra amanheceu majestosa. A praia mobiliza os australianos desde 1995, quando começou a sofrer com o assoreamento de um rio. Havia 12 anos que não recebia disputas do WCT. Um movimento liderado por surfistas e personalidades cobra do governo ações para evitar que o tradicional pico de surfe desapareça. Agora, provavelmente terá em Mineirinho mais um defensor.
Caindo na água
Campeão na Gold Coast em 2002, Parko pegou as duas primeiras ondas da bateria. Na segunda, um tubo, uma prancha quebrada e uma nota 8,83. Sua terceira foi uma onda intermediária que lhe rendeu 7,50, suficiente para deixar Mineirinho em combinação. O brasileiro precisava de 16,34. Pegou duas ondas boas, mas caiu em ambas.
A 20 minutos do fim, o aussie trocou a nota mais baixa por 8,17 e complicou ainda mais a vida do brasileiro. Agora, só uma combinação de 17,01 adiantava. Mineirinho ganhou 7,00. Ainda sonhava.

A próxima etapa do WCT começa no dia 7 de abril, na também australiana Bells Beach.
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