JOVEM violentada desde a infância ENGRAVIDA do próprio PAI

Teste de DNA comprova que o garoto A. R. S é filho do próprio avô, como sempre afirmou sua mãe Edinéia Roque dos Santos, de apenas 21 anos.

O caso repercutiu por toda a região de Jacinto Machado, despertando indignação e descrença entre a população.

Segundo Edinéia, ela era obrigada a manter relações sexuais com o pai A. B. S. desde os seis anos de idade. Na época ela morava com os pais e os irmãos no bairro Arizona. A família se mantinha com uma roça de fumo próxima de casa. “Ele fazia eu ir para a roça com ele. A minha mãe e meus irmãos ficavam em casa, mais ele me obrigava a ir justamente porque queria abusar de mim”, conta Edinéia.

A moça viveu nove anos, praticamente toda a infância, sendo ameaçada e abusada pelo pai. Freqüentou a escola só até a 4ª série, quando foi forçada pelo agressor a abandonar os estudos. “Ele tinha ciúmes de mim. Muitas vezes ele me buscava na escola para não me deixar perto dos meninos. Do pouco tempo que fui para a escola, ia ao máximo dois dias por semana porque ele não deixava”, relembra angustiada Edinéia.

Ela viveu anos com medo de denunciar o pai, tinha medo de ser morta se fosse denuncia-lo. Aos 15 anos engravidou. A mãe deu total apoio ao marido chegando ao cumulo de expulsar a filha de casa. “Minha mãe não acreditava em mim. Chegou até me colocar pra fora de casa”, acrescenta.

Quando a criança fruto dos abusos nasceu, ela foi morar com o primeiro marido. Viveu com ele alguns anos e se separou. Depois disso, ela juntou-se com outro rapaz, mas sempre fora tachada como mentirosa. De acordo com Edinéia, a mãe dizia que o filho era do vizinho e acreditava plenamente na inocência do esposo.

Casada com o terceiro marido há pouco mais de seis anos, ela criou coragem e denunciou o pai em 2006. No dia 26 de janeiro deste ano, foi colhido o sangue do menino e do pai “avô”. Até então Edinéia não sonhava que um dia essa triste história chegaria ao fim e que ela pudesse comprovar sua inocência.

“Eu quero ver ele apodrecer na cadeia. Sempre fui manipulada por ele e sofri nas mãos do meu próprio pai”, se exalta em meio às lágrimas Edinéia.

O Laudo de Exame de DNA, realizado no Instituto Geral de Perícias (IGP), de Florianópolis, chegou nessa terça-feira e confirmou que A. B. S., de 56 anos, é pai e avô da criança gerada em ato criminoso de estupro.

Desde a denuncia da jovem, a Polícia Civil de Jacinto Machado e o delegado da Comarca de Turvo Diego de Haro, vinham investigando o revoltante caso.

O inquérito será terminado essa semana e encaminhado ao Fórum da Comarca de Turvo para que a justiça tome logo as providências legais necessários.

A. B. S. será indiciado por estupro continuado com agravantes, por ser pai da vítima. Ele pegará no mínimo uma pena de dez anos.

O delegado Diego de Haro admite que infelizmente casos de estupro são comuns na região, mas são pouco divulgados. Quanto aos comentários incabíveis de que a jovem estivesse fazendo isso no intuito de prejudicar o pai, o delegado diz que o Laudo do DNA é prova mais do que concreta de que o crime hediondo realmente aconteceu.


Edinéia teme que seu “pai” abuse também da irmã deficiente

Mesmo sendo violentada durante toda a infância pelo próprio pai, Edinéia ainda mantém contato com a família. Assustada, a jovem tem medo que seu pai possa cometer a mesma atrocidade com sua irmã deficiente de apenas 14 anos. “Eu espero que a justiça faça alguma coisa. Minha irmã é indefesa e pode cair também nas mãos dele”, revela Edinéia.

Querendo batalhar por um futuro melhor e tranqüilo, a jovem quer ver o seu agressor; ao qual ela recusasse a chamar de pai; pagar caro pelo mal que lhe fez. “Olho pra ele como um individuo qualquer e não como meu pai”, completa a vitima que além de mãe do garoto tem uma menina de 1 ano e três meses e outro filho de 2 anos e meio.

Ela afirma que sonha em poder voltar a escola e através do estudo assegurar uma vida mais digna para si própria e seus filhos. “O que eu quero é viver em paz” finaliza.


Fonte: Jornal Volta Grande

Obsevação: Fotos e nomes completos do menino e do suposto agressor não foram publicados a fim de manter intacta a privacidade de ambos.