sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Por falta de equipamento, cirurgiões usam furadeiras elétricas em operações na cabeça

A falta de equipamentos adequados tem levado neurocirurgiões de hospitais públicos do Rio de Janeiro a utilizarem furadeiras de marcenaria para abrir a cabeça de pacientes durante operações, procedimento que deixou de ser feito na rede particular há quase meio século.

Brocas descartáveis também são reutilizadas, aumentando os riscos de lesões no cérebro. A Secretaria estadual de Saúde do Rio disse que já comprou equipamentos adequados para as cirurgias e que, até hoje, eles estarão em uso nos hospitais de referência.

Segundo as denúncias, os quatro hospitais estaduais com setor de neurocirurgia na Região Metropolitana - Azevedo Lima, em Niterói; Saracuruna, em Duque de Caxias; Rocha Faria, em Campo Grande; e Getúlio Vargas, na Penha - além do municipal Souza Aguiar, no Centro, só contam com furadeiras elétricas para a abertura de crânios. Juntas, essas unidades fazem uma média de 125 operações neurológicas por mês.

Fotos tiradas por médicos do Hospital Azevedo Lima mostram o momento em que neurocirurgiões empregam uma furadeira elétrica, do tipo das usadas em obras, para abrir o crânio de um jovem de 24 anos, vítima de um acidente de moto, em maio deste ano. O rapaz, que tinha uma hemorragia no cérebro, sobreviveu à cirurgia. De acordo com médicos do hospital, a furadeira é o único equipamento disponível para esse tipo de procedimento.

O uso de furadeiras elétricas em neurocirurgia foi comum na rede particular até a década de 60, lembra o neurocirurgião Arnaldo Viana, atualmente deputado federal (PDT-RJ). A partir de então, equipamentos mais adequados, chamados craniótomos, passaram a ser empregados. O preço deles gira em torno de R$ 80 mil. Entre as vantagens, está o fato de poderem ser esterilizados em autoclaves e causarem impacto menor aos pacientes.

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