sábado, 23 de agosto de 2008

Brasil ganha medalha atrás de medalha na reta final das Olímpiadas

Do GloboEsporte

Despedida com sensação de dever cumprido

Foi uma despedida com sensação de dever cumprido, mas não exatamente como Jaqueline Mourão queria. Única brasileira na final feminina de mountain bike (cross country) em Pequim 2008, Jaqueline não chegou a terminar o percurso de seis voltas - foi eliminada na quinta, depois de tomar uma volta da campeã, a alemã Sabine Spitz. Depois de disputar os Jogos Olímpicos de inverno em Turim, em 2006, no esqui cross country, ela tenta agora a vaga para a disputa em 2010, que acontecerá em Vancouver, no Canadá, país em que a brasileira mora desde 2004 com seu marido canadense.

Depois de tantos problemas, ela ficou com a 19ª colocação geral. Mesmo com o pneu furado, ela se manteve na prova. Esta foi a última competição de Jaqueline, que agora pretende descansar. Pioneira do mountain bike brasileiro em Jogos Olímpicos, Jaqueline esteve em Atenas-04, quando ficou no 18º lugar.

No masculino, o francês Julien Absalon conquistou a medalha de ouro na prova de mountain bike cross country dos Jogos de Pequim neste sábado, e o brasileiro Rubens Valeriano terminou na 21a colocação, mais de nove minutos depois do campeão. Absalon terminou a prova em 1h55min59. A medalha de prata ficou com o também francês Jean-Christophe Peraud, com 1min57s06, seguido pelo suíço Nino Schurter, que fez o tempo de 1min57s52 e levou o bronze. Rubens Valeriano, o Rubinho, ficou satisfeito com a 21ª colocação.

Ouro, pelo menos, em espírito olímpico

Dessa vez, o espírito olímpico prevaleceu. Ao contrário de 1996, quando deixou o lugar mais baixo do pódio vazio, a seleção brasileira compareceu neste sábado à cerimônia de premiação para receber a medalha de bronze do futebol masculino nas Olimpíadas de Pequim.

O time de Dunga venceu a Bélgica na sexta-feira por 3 a 0, em Xangai, e foi a Pequim neste sábado ver a vitória da Argentina sobre a Nigéria por 1 a 0 na final dos Jogos. Após a partida, a equipe entrou no gramado para receber o bronze, o que não aconteceu nos Jogos de Atlanta. Há 12 anos, a equipe de Zagallo bateu Portugal por 5 a 0 na disputa pelo terceiro lugar, mas não participou da cerimônia no pódio.

Vitória épica do taekwondo feminino

A música gospel no fone de ouvido não aliviou a expressão fechada de Natália Falavigna antes da luta contra a sueca Karolina Kedzierska. Faltavam apenas três rounds de dois minutos para o Brasil conquistar mais um bronze. Após a vitória por 5 a 2, ela finalmente explodiu:

- É meu! – gritou antes de cair no choro, enrolada na bandeira verde-amarela.

Se as mulheres brasileiras não tinham conquistado nenhuma medalha em esportes individuais, Pequim lavou a alma do país. Natália, do taekwondo, é a terceira a atingir o feito, após Ketleyn Quadros, com o bronze no judô, e Maurren Maggi, com o ouro no salto em distância.

É ouro, é ouro histórico do vôlei feminino!

Pelo chão da quadra em Pequim, as jogadoras se misturavam em choro, sorrisos, gritos e desabafos. José Roberto Guimarães, único técnico a conquistar o ouro no masculino e no feminino, ajoelhou-se e agradeceu. Os abraços exorcizavam mais de uma década de angústia. Com a vitória por 3 a 1 (25/15, 18/25, 25/13 e 25/21) sobre os Estados Unidos, o ouro, enfim, é da seleção brasileira.

Para uma seleção que nunca tinha chegado tão perto do ouro olímpico, o início da partida colocou no rosto das brasileiras uma expressão de ansiedade. Nervoso, o time permitiu que as americanas largassem na frente. Com a experiência de quem pendurou o ouro no peito em Barcelona-1992, no masculino, o técnico José Roberto Guimarães pedia calma. Aos poucos, o saque de Paula Pequeno e os ataques de Mari foram desmontando o sistema tático do outro lado da rede.

Na segunda parcial, as americanas escolheram Mari como vítima. Sacar nela era a tática para tirá-la do ataque. Logo ela, a aniversariante do dia. E como deu certo. As bombas dos EUA destruíram o passe brasileiro, e nem o tempo pedido por Zé Roberto conseguiu consertar o estrago. A solução foi sacrificar Mari e colocar Jaqueline para equilibrar a recepção, mas já era tarde. Após atravessar 22 sets em Pequim sem tomar conhecimento das adversárias, o Brasil levou o primeiro tombo: 25 a 18.

Para um grupo que se acostumou a sofrer com decepções em momentos decisivos, o momento era tenso. A torcida no Ginásio da Capital apoiava o Brasil, mas àquela altura era difícil prever como o time ia reagir ao primeiro tropeço de uma campanha até então perfeita.

Veio o terceiro set, e a seleção percebeu que, apesar da parcial perdida, a medalha ainda estava em jogo. Zé Roberto não parava de orientar as atletas um minuto sequer. E a resposta veio em grande estilo. Sheilla continuava impecável no ataque de fundo e nas largadas. Mari, agora com 25 anos, mostrou maturidade. Passou longe da jogadora de quatro anos atrás, jovem e insegura. Como ela mesma costuma dizer, o passado já foi.

A empolgação do Brasil era tamanha no terceiro set que Paula chegou a ser repreendida pelo juiz durante uma comemoração. Com Valeskinha em quadra, a seleção espantou o trauma e retomou o caminho da vitória: 25 a 13.

Antes do quarto set, as brasileiras se reuniram no canto da quadra. Era a hora do esforço final pelo ouro. De cara feia, como se fosse possível, Paula Pequeno decretou:

- É agora!

E foi. Após uma parcial muito disputada, com pontos espetaculares, as meninas enfim conseguiram fechar a partida. Partiram ensandecidas para a comemoração, deixando explodir uma festa que estava contida há mais de uma década.

Pode gritar: o vôlei feminino do Brasil é campeão olímpico!


Não perca! Às 20h30, o Brasil tenta beliscar alguma medalha na maratona masculina. E à uma da manhã, o time de Bernardinho volta as quadras para disputar o ouro contra os americanos! Possibilidade de fechar com chave de ouro nossa participação nos Jogos Olímpicos de Pequim.

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