Homem vira pedra

Do Meia-Hora

Uma doença rara quase acabou com a vida do chinês Lin Tianzhuan, 38 anos, apelidado de 'Homem Pedra' desde a infância. Ele desenvolveu um tipo raro de problema de pele, no qual verrugas crescem aceleradamente e, se não forem tratadas, podem virar câncer de pele e adquirir aspecto de rochas.

Nos últimos 12 meses, no entanto, Lin foi submetido a um doloroso tratamento dermatológico que começou a lhe devolver a aparência normal. "O ideal é tratar no início, para não chegar a esse estágio. Isso é um vírus que pode se desenvolver em pacientes com predisposição genética e com baixa imunidade e se agrava com a exposição ao sol", explica a dermatologista Andréia Matheus, coordenadora da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Horrorizado com o próprio aspecto, Lin, que começou a ter as primeiras verrugas aos 13 anos, se afastou de todas as pessoas e passou a viver escondido em sua casa, na cidade de Shuimen, no sul da China. Além de não conseguir dobrar os braços ou as pernas, ele sentia muitas dores.

"São muitas dobras, o que causa infecção por fungo, infecção bacteriana e mau cheiro. Isso tudo é muito doloroso para o paciente", explica a dermatologista.

O caso do 'Homem Pedra' é parecido com o do indonésio Dede Koswara, que foi apelidado de 'Homem Árvore' quando sua pele ficou com aspecto de casca. Segundo a dermatologista, a doença, contagiosa, desenvolve mais em locais que ficam expostos ao sol, como braços e pernas. Tanto Lin quanto Dede vivem em países quentes no verão.

Até os médicos ficaram espantados com a aparência do chinês

Médicos de uma clínica especializada em problemas de pele ficaram chocados com a história de Lin e começaram a estudar o caso. Após algumas cirurgias e um tratamento que já dura um ano, a pele de Lin está consideravelmente melhor, apenas com algumas manchas. "Ele pode precisar de radioterapia por algum tempo ainda, mas tem feito progressos muito grandes", disse o médico Liu Yinghong, um dos responsáveis pelo tratamento.

O tratamento da doença é bastante doloroso. O paciente precisa ser submetido a curetagem e remédios bem agressivos durante um longo período. "O procedimento, no caso dele, precisa ser feito em centro cirúrgico e com anestesia geral", explica a dermatologista Andréia, ressaltando que Lin deu sorte, já que, em alguns casos, a doença evolui de uma forma que leva o paciente a amputar o membro.