segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Alemanha celebra os 20 anos da queda do Muro

Do Último Segundo

O aniversário da queda do Muro de Berlim nesta segunda-feira gerou um poderoso debate nacional, não apenas a respeito daquele momento há duas décadas, mas sobre a Alemanha de hoje.

Especialmente entre os jovens, há uma sensação de que a vontade de transcender a história sombria da Alemanha e simplesmente se tornar um país normal pode estar finalmente ao alcance.

"Para as pessoas da nossa geração, tudo isso não passa de uma parte da história alemã", disse Sebastian Melchior, 19, estudante da escola de ensino médio Alexander von Humboldt aqui no distrito de Koepenick, na antiga Alemanhã Oriental. "Para nós esta divisão realmente não existe mais".

A última rodada de relatos da mídia de notícias a respeito das tumultuosas horas finais do muro não enfatizam qualquer senso de inevitabilidade histórica gerado pela economia e geopolítica da época, mas o lado humano caprichoso daquele evento.

A confusão burocrática por causa dos novos regulamentos de viagem levaram multidões de berlinenses orientais aos postos de fiscalização da fronteira na noite do dia 9 de novembro de 1989, incitando os guardas a abrir os portões, trazendo um fim súbito à divisão da cidade com uma noite de comemoração espontânea.

Nas últimas semanas foram realizadas pesquisas sobre as diferenças, e não semelhanças, entre os antigos Oriente e Ocidente a respeito de assuntos que vão do amor aos imóveis, dos modos à mesa à propriedade de um carro. Por trás das diferenças triviais está um país mais unido do que qualquer um esperava.

A realidade da Alemanha hoje torna difícil de se lembrar das preocupações imediatas que atingiram a Europa depois que o muro caiu.

Líderes como o presidente François Mitterrand da França e, em particular, a primeiro-ministra Margaret Thatcher da Inglaterra, temiam claramente que uma Alemanha reunificada se afastasse da aliança da Otan e das estruturas da União Europeia e, na pior das hipóteses, voltasse ao caminho do nacionalismo.

"O medo era que este país no centro da Europa, caso pudesse ser unificado, voltaria a ser um câncer e daria início ao Ato III da grande tragédia europeia", disse Robert E. Hunter, conselheiro sênior da RAND Corp. que foi embaixador da Otan na gestão do presidente Bill Clinton.

Ao invés disso, segundo Hunter, "o problema alemão, que emergiu com a unificação da Alemanha que começou nos anos 1860, é um dos poucos problemas da história moderna que foram resolvidos".


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