quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Exportações do agronegócio batem recorde em agosto de 2010

Da Agência Brasil

As exportações do agronegócio brasileiro registraram no mês passado o melhor resultado já conseguido em meses de agosto. Com US$ 7,305 bilhões em vendas, superou em 8% o antigo recorde alcançado em 2008. Em relação ao mesmo mês de 2009 (sob o impacto da crise financeira internacional), o crescimento foi de 23,3%. As importações tiveram aumento de 40% e totalizaram US$ 1,095 bilhão, deixando a balança comercial de agosto com um superávit de US$ 6,210 bilhões.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compilados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), apontam os setores que elevaram as exportações: sucroalcooleiro (73,8%); de carnes (23,7%); de produtos florestais (37,7%); de café (41,9%); e de cereais, farinhas e preparações (136,3%).

Segundo o Ministério da Agricultura, o destaque foi a quantidade de açúcar embarcada para o exterior, que saltou de 2,1 milhões de toneladas em agosto de 2009 para 3,2 milhões no mês passado.

No acumulado dos primeiros oito meses do ano, as exportações do agronegócio aumentaram 13,6% em relação ao período de janeiro a agosto de 2009, atingindo US$ 49,628 bilhões. As importações cresceram 37,5%, totalizando US$ 8,375 bilhões. O saldo da balança até o final de agosto foi de US$ 41,252 bilhões.

QUEDA DO DÓLAR NÃO DEVE REDUZIR EXPORTAÇÕES

A tendência de queda da cotação do dólar observada no início do mês de setembro de 2010 deve continuar no curto prazo, por conta da expectativa de forte entrada da moeda norte-americana no país com a capitalização da Petrobras. Apesar disso, especialistas não esperam que esse movimento reduza as previsões de exportações totais brasileiras.

A pesquisadora de Centro de Estudos do Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Lia Valls Pereira lembra que cerca de 60% das exportações são de commodities agrícolas, minerais e siderúrgicos, produtos que são mais afetados pela demanda mundial. “As commodities estão em alta de preço bem marcante”, afirmou. Com isso, pode haver alguma redução na quantidade exportada, no entanto, os preços mais elevados compensam a menor quantidade.

Segundo Lia Valls, a queda na cotação do dólar pode gerar algum efeito para pequenas empresas. “Para a pequena empresa, o câmbio é fundamental. Aí a empresa pode jogar o produto no mercado interno. Os efeitos [da redução da cotação do dólar] são setoriais”, acrescentou a pesquisadora. Lia acrescentou, entretanto, que as empresas pequenas costumam observar a tendência da cotação do dólar em médio prazo para tomar a decisão de direcionar os produtos para o mercado externo ou interno.

Para o economista Raphael Martello, da Tendências Consultoria Econômica, “no médio e longo prazos, a economia americana deve se recuperar e a força do dólar deve voltar. Essa volatilidade de curto prazo do câmbio não afeta as exportações. O país tem exportado minérios que estão com preços elevados e a demanda é muito forte.”

Segundo Martello, a menor expectativa para o superávit comercial (exportações menos importações) vem da previsão de aumento das importações, principalmente com a proximidade do Natal. A projeção da consultoria para as importações, que já foi de US$ 171,3 bilhões, está em US$ 175,8 bilhões. Para as exportações, a expectativa permanece em US$ 193,8 bilhões. Com isso, o superávit comercial ficará em US$ 18 bilhões, contra os US$ 22,5 bilhões previstos anteriormente.

Para Martello, o Banco Central (BC) deve comprar um volume maior de dólares por conta da capitalização da Petrobras e assim enxugar parte da forte entrada de dólares que será gerada pela operação da estatal.

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