Palavras proferidas pelo professor Laudelino José Sardá permeiam a missão do profissional de comunicação
por Antonio Colossi
CRÔNICA POPULAR
Integrante de uma geração de jornalistas históricos que atua no meio de comunicação social catarinense há vários anos, e com larga experiência profissional no currículo, o agora também professor Laudelino José Sardá esteve em Criciúma, na quinta-feira, 28 de fevereiro, proferindo palestra para a imprensa e acadêmicos de jornalismo da Faculdade Satc, e aproveitou a vinda à cidade para lançar seu mais novo livro "Da Olivetti à Internet", que traz relatos de 22 profissionais da comunicação de Santa Catarina.
Na palestra, Sardá citou sua passagem pelo extinto jornal "O Estado", falando da sensação de alegria em que se tinha ao trabalhar com a máquina de escrever Olivetti, abordando considerações a respeito do jornalismo que se fazia no passado e projetando o jornalismo do futuro.
"Perdeu-se a sensibilidade com o computador", disse Sardá, que informa que o jornalista preocupa-se hoje em dia com a instantaneidade do que o conteúdo, focando única e exclusivamente em dar a informação e não aprofundá-la. Com relação ao sites jornalísticos na Internet, o jornalista florianopolitano cravou: "Estão totalmente ruins". E acrescentou: "Temos que aproveitar a tecnolologia do mundo virtual, mas sem ser comunicado por ela".
O professor alertou que as escolas que ensinam lead para seus alunos estão defasadas. Para ele, o jornalista do futuro deve rever conceitos, abandonar o lead e criar estilo próprio. "O jornalista precisa criar estilo, não ficar veiculado na formatação do lead, o profissional de comunicação tem que mudar o modo de informar, sair da mesmice", ressaltou Sardá.
Acrescentou que um jornal na década de 1980 levava 12 horas para ser fechado, e que ainda hoje, com o advento da internet, leva as mesmas 12 horas. "Estamos seduzidos pela velocidade, mas não nos organizamos", disse o professor. Para Sardá, credibilidade na informação e na compreensão do fato é essencial na atividade jornalística.
O jornalista frisou que o jornalismo que é feito hoje, virou colunismo e mesmo assim, acredita na sobrevivência do jornal impresso. Crê principalmente na força do jornal local, que aglutina a comunidade. Disse também, que os donos de jornal investem em Marketing e não no conteúdo jornalístico. Por essa razão, no futuro a tendência é que os jornais sejão administrados por jornalistas.
Com relação ao sensacionalismo, Sardá citou que na época de editor do "O Estado", proibiu que o suicídio e o estupro fossem reportados no jornal. "Pela sedução e incentivo à prática disto", mencionou.
O professor encerrou sua palestra destacando que a comunicação empresarial é um grande nicho de mercado, principalmente em termos de humanizar a organização.
O acontecimento realizado na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Criciúma, foi promovido pela Associação Catarinense de Imprensa, na primeira edição do ano, do fórum de debates em jornalismo.
quinta-feira, 6 de março de 2008
"Jornalista não tem que ter rabo preso e nem medo da verdade"
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