sábado, 21 de junho de 2008

Morre André Valli



De A Tarde





O corpo do ator André Valli, conhecido por adultos e crianças de todo o País por ter encarnado, durante dez anos, o Visconde de Sabugosa do “Sítio do Picapau Amarelo”, na Rede Globo, deve ser enterrado em Recife, sua cidade natal. O ator morreu em seu apartamento, no bairro de Copacabana, dormindo, por volta das 5 horas.
O corpo deve ser velado no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana, no Rio de Janeiro e só então trasladado para Recife.
Valli morreu nesta sexta-feira, 20, em decorrência de um câncer avassalador, descoberto havia apenas um mês. Ele foi diagnosticado quando já não tinha chances de sobrevivência, mas, segundo seu empresário, Luciano Borges, não chegou a saber que estava desenganado. O ator morreu em seu apartamento, no bairro de Copacabana, dormindo, por volta das 5h.
"Ele descobriu porque sentiu uma dorzinha na barriga. O câncer estava muito avançado. Levamos um susto muito grande: foi um choque”, contou Borges. O empresário, que trabalhava com Valli havia dez anos, preferiu não revelar onde estava localizado o tumor que acabou por matá-lo. De acordo com Borges, Valli, que tinha 62 anos (comemoraria 63 no dia 12 de julho), estava em processo de captação de recursos para, enfim, realizar seu sonho no teatro: viver Dom Quixote de La Mancha.
Valli fez muito cinema ("O Vampiro de Copacabana”, “O Viajante”, “Tieta do Agreste” e outros), e teatro (começou com “Roda Viva”, de Chico Buarque), mas nenhum personagem lhe deu tanta projeção quanto o boneco feito de sabugo de milho criado por Monteiro Lobato. Ele dizia não se importar de até hoje ser chamado de “Visconde” nas ruas, tal qual aconteceu com Zilka Salaberry (Dona Benta) e Rosana Garcia (Narizinho).
No ano passado, em entrevista motivada pelo fim da nova versão do Sítio, relatou: "Hoje mesmo estava na fila de um banco e precisava passar na frente de uma mulher um pouquinho para pegar um papel, mas não queria que ela pensasse que queria furar. Pedi licença e ela respondeu: ‘Claro, meu Visconde, toda a licença do mundo para o senhor’”.
"André Valli foi um bom visconde, o melhor deles. O visconde é o personagem de que eu mais gosto, é o meu personagem do coração, com quem eu mais me identifiquei. Ele descobriu o pó de pirlimpimpim, que era o sonho da minha infância. André Valli o encarnou dignamente”, declarou ao Estado Joyce Campos, neta e herdeira do escritor Monteiro Lobato.
O ator começou a carreira no rádio, ainda em Pernambuco. Veio para o Rio jovenzinho, para estudar arte dramática. Na Globo, o homem alto, magro e bigodudo estreou em 1971, na novela “O Cafona”. Sempre em papéis secundários, mas desempenhados com graça, participou ainda de folhetins de sucesso, como “O Bem Amado”, “Escrava Isaura”, “Selva de Pedra” e “Laços de Família”.
Suas últimas participações na grade da emissora foram em “Senhora do Destino”, em 2004, e na minissérie “Hoje é Dia de Maria”, no ano seguinte; em 2006, transferiu-se para a Record, onde gravou “Cidadão Brasileiro” e “Vidas Opostas”. Também atuou como diretor de teatro, em produções como as recentes “Charity, Meu Amor” e "Aluga-se um Namorado”.

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