quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Muito além de resultados, superação feminina mostrou o melhor do esporte brasileiro

"Digam o que quiserem sobre a empolgação do esporte nessa era moderna, onde atletas super bem pagos esperam ser adorados como deuses. Mas ainda há algo tão unificante sobre o esporte na sua forma mais pura...Quando os atletas se superam e tocam a grandeza e, fazendo isso nos lembram que também temos grandeza dentro de nós."

Hoje, as mulheres brasileiras do vôlei, vitória e final histórica, e do futebol, apesar da derrota, comprovaram isso, ao levarem das lágrimas aos sorrisos toda a nossa nação.


Do GloboEsporte

A muralha da China ficou verde e amarela

Como se não bastasse o trauma de perder quatro semifinais olímpicas seguidas, a seleção feminina de vôlei tinha dois obstáculos de peso nesta quinta-feira. Do outro lado da rede, estavam as atuais donas da medalha de ouro e, em volta delas, uma torcida apaixonada que não parava de gritar. Pois a temida China, desta vez, não deu nem para a saída.

Susto no início

Com a torcida barulhenta a favor e o status de atual campeã olímpica, a China abriu logo 3 a 0 no início do primeiro set. O Brasil só pontuou com uma bola de fundo de Mari – a defesa mandou para fora. O time da casa não deixava as brasileiras se aproximarem e, com 5 a 1, José Roberto Guimarães pediu tempo. A parada esfriou as chinesas, que passaram a cometer erros bobos. Percebendo a dificuldade das companheiras de meio, principalmente de Mari, Paula Pequeno passou a explorar o bloqueio.

Após um bloqueio de Paula, o técnico Chen Zhonghe resolveu mexer no time. Só faltou combinar com Mari, que começou a se tornar um dos principais nomes do jogo. Walewska pôs o Brasil na frente com um saque flutuante: 18 a 17. Mesmo após um tempo do treinador chinês, Sheilla pôs no chão uma bola de contra-ataque. As brasileiras chegaram a 20, mas permitiram o empate. A troca de pontos se estendeu até um bloqueio de Fabiana e uma cravada de Sheilla. Era o fim do primeiro set: 27 a 25.

Brasil consegue impor seu jogo

Na segunda parcial, o Brasil pulou na frente. A forte defesa da China, no entanto, dificultava a vida da equipe verde-amarela. As ponteiras Paula Pequeno e Mari, além da oposta Sheilla, continuavam sendo as bolas de segurança de Fofão. O placar mostrava 17 a 15 e, conforme o tempo ia passando, a torcida ia se acalmando no ginásio.

Um bloqueio de Sheilla deixou o Ginásio da Capital em silêncio. Mas foi por pouco tempo. A China logo apertou no placar, e Zé Roberto colocou Jaqueline e Thaisa no lugar de Paula Pequeno e Fabiana. As alterações confundiram as adversárias. A rede do Brasil aumentou e as chinesas não sabiam onde colocar a bola. Quando o Brasil abriu 24 a 20, as chinesas fizeram dois pontos seguidos, mas a reação parou por aí. Um saque de Ruirui para fora garantiu mais um set para a seleção brasileira: 25 a 22.

Fim de jogo arrasador

Mari continuou sendo o destaque do Brasil no terceiro set. Além de fugir do bloqueio da China, a ponteira foi fundamental no saque. A diferença no marcador logo passou de três para oito pontos. O técnico chinês gritava à beira da quadra, pediu tempo, mas de nada adiantou. Concentradas, as brasileiras pouco erravam. Já do outro lado, o nervosismo reinava. Com 23 a 14, Jaqueline entrou em quadra. E foram dela, em dois saques seguidos, os pontos que garantiram a primeira final olímpica do vôlei feminino verde-amarelo. A festa das jogadoras após a partida deixava claro o tamanho da conquista. O próximo desafio é a grande decisão neste sábado, às 9h (de Brasília). A rival será a seleção americana, que venceu Cuba por 3 sets a 0.

Se Deus é justo, então quem fez o julgamento?

Enquanto o vôlei comemora, atletas do futebol vão as lágrimas. Final de Pequim, a marca de como o esporte pode ser injusto

“O que foi que eu fiz de errado?”, perguntou Marta após sua última chance, olhando para o céu. A resposta é difícil de dar, mas o resultado final explica o choro da melhor jogadora do mundo ainda no gramado: Estados Unidos 1 x 0 Brasil. Nesta quinta-feira, as brasileiras lutaram e correram muito no Estádio dos Trabalhadores em Pequim, dominaram os primeiros 90 minutos, tiveram o apoio da torcida chinesa, mas as americanas demonstraram mais preparo físico e conseguiram a medalha de ouro do futebol feminino das Olimpíadas na prorrogação.

O gol foi de Carli Lloyd, aos 6 minutos do primeiro tempo extra. Sob os olhares de Pelé e Kobe Bryant na tribuna de honra, as brasileiras apostaram tudo nos 90 iniciais, mas não conseguiram marcar. Marta correu, driblou, chutou. Tentou de tudo. Incansável. Porém, a goleira Hope Solo não deixou a camisa 10 realizar o sonho de ser campeã olímpica. O grito de gol brasileiro ficou preso na garganta aos 29 do segundo tempo da prorrogação: após cobrança de escanteio, Renata Costa acertou a bola na rede. Pelo lado de fora.

Em quatro edições do futebol feminino, os EUA chegaram a quatro finais. Só perderam em 2000, para a Noruega. Em Atenas, há quatro anos, venceram o Brasil também na prorrogação, por 2 a 1. O bronze dos Jogos de Pequim ficaram com a Alemanha, que venceu o Japão por 2 a 0, repetindo assim o pódio de 2004.

Entretanto, a extraordinário exibição de Marta, Cristiane & Cia cala, e muito, a boca daqueles que ousam dar como morto o futebol brasileiro. Somos uma das grandes potências mundiais sim, e aí de quem gritar em protesto.

1 Comentário:

Anônimo disse...

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