segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sigo palavras e busco respostas...

Por Deivid Manfioletti
Crônica Popular



A culpa é de quem?

Pude me ver no fundo do brilho da rua
No canto mais escuro e devoto da tua dança
Sequei meus lábios embevecidos na boca tua
Apaixonei-me, mas ao invés da flecha o cupido me acertou uma lança

Para você, eu fui alguém que como outros não fiz diferença
Faz tanto tempo, faz tantas horas que já nem sei como te contar
A vontade clama em meu peito e a saudade é imensa
Na esperança tola de vê-la voltar

Desesperado em uma rua sem saída
Parei entre os carros para pensar em ti
Ouvi-la em meus pensamentos, sussurros de vida
Somente lembranças enxugam lagrimas de quem nunca vi sorrir

Frustração não sei se é a palavra certa nesse caso
Na fonte pura, ratos gorjeiam, enquanto aves roem o chão quente
Dentes amarelos no gozo infeliz do palhaço
Óculos para disfarçar a alucinação cada vez mais freqüente

Na espera da tua vinda
Dopo meu corpo para não sentir a dor que sempre gostei
Seringas entupidas de um liquido contraditório chamado heroína
Por você, eu me viciei

Perdi tudo o que me fazia sentir o ar entre meus dedos
Não tive você comigo como eu queria
Não tenho mais veias... Já não tenho mais medos
E se eu tivesse você? Que desculpa eu escolheria?

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