quinta-feira, 1 de maio de 2008

Vítimas de Josef Fritzl quase foram mortas por gás


Da AFP

A investigação sobre o caso do austríaco Josef Fritzl revelou traços de um indivíduo meticuloso e manipulador que não abriu mão de nada para prolongar o calvário de suas vítimas, chegando a ameaçá-las com gases asfixiantes caso tentassem algo contra ele.

A polícia tenta determinar se existia um dispositivo de liberação de gases asfixiantes no porão da casa de Amstetten (a 100 km de Viena) no qual Fritzl trancou durante 24 anos e violentou sua filha Elisabeth, que nesse período deu à luz sete filhos, um dos quais morreu.

"Estamos verificando se realmente podia introduzir gás", disse à AFP o porta-voz da polícia, Helmut Greiner.

Josef Fritzl disse em suas primeiras declarações que pretendia matar dessa maneira seus reféns caso tentassem algo que pudesse prejudicá-lo.

Seis especialistas e técnicos da polícia inspecionaram o porão de 60 metros quadrados transformado em um bunker pelo próprio seqüestrador, para saber se este poderia pôr em prática as ameaças.

Também procuravam determinar se o dispositivo eletrônico da porta do refúgio estava programado para abrir durante certo período, como afirmou Fritzl.

Os investigadores deverão aguardar um tempo para obter depoimentos diretos das vítimas - Elisabeth, de 42 anos, três crianças que foram mantidas reféns junto com ela e outros três que haviam sido adotados por Josef Fritzl e sua esposa Rosemarie - devido ao seu estado físico e psíquico.

"Fritzl descia todos os dias às sete da manhã ao porão, dizendo que tinha projetos de maquinário para empresas", contou Christine R., irmã caçula de Rosemarie, ao jornal Osterreich.

Christine R. confirmou também que seu cunhado foi condenado por violência sexual no final dos anos 60 (a sentença está atualmente apagada de sua ficha) e que tinha "quatro filhos ilegítimos".

Os especialistas advertiram que os danos psicológicos infligidos às vítimas levarão muito tempo para cicatrizar e pediram que a imprensa respeite a intimidade de todos.

O hospital psiquiátrico onde Elisabeth, cinco de seus seis filhos e sua mãe Rosemarie estão em tratamento contratou uma empresa de vigilância para distanciar jornalistas inoportunos. Alguns fotógrafos subiram as árvores para tentar fazer algumas fotos.

A filha mais velha nascida da relação incestuosa, Kerstin, de 19 anos, permanece em estado crítico em outro hospital de Amstetten. Sua internação levou à descoberta da tenebrosa situação de toda a família.

A jovem Natascha Kampusch, que em agosto de 2006 conseguiu fugir de um porão nos subúrbios de Viena, onde foi mantida em poder de um desequilibrado mental por oito anos, aconselhou as vítimas deste novo drama a evitar contato com a imprensa.

"Serão inundados de imagens e impressões. Muitos estranhos tentarão se meter", disse à televisão alemã NDR.

Josef Fritzl, de 73 anos, foi levado na segunda-feira à prisão de Sankt-Polten (leste) e isolado dos demais detentos, para sua própria segurança.

O diretor da prisão, Gunther Morwald, lembrou que os acusados de incesto ou de violência contra crianças "se situam abaixo de tudo na hierarquia dos presos e são particularmente ameaçados".

Fritzl, detido no domingo, confessou na segunda-feira seus crimes antes de optar pelo silêncio, seguindo os conselhos de seu advogado.

O austríaco poderá ser condenado à prisão perpétua, se for declarado culpado da acusação de homicídio por negligência por causa da morte de um dos sete filhos de Elisabeth no porão onde era mantida reclusa.

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