domingo, 7 de setembro de 2008

Morre um dos maiores jornalistas do Brasil, Fernando Barbosa Lima (1933-2008)

Por Antonio Colossi

CRÔNICA POPULAR
com Estadão & O Globo

Morreu na noite da última sexta-feira, às 21h05, no Rio de Janeiro, vítima de infecção generalizada, o jornalista Fernando Barbosa Lima, de 74 anos. Ele estava internado no Hospital Pró-Cardíaco, mas antes esteve no Samaritano, ambos em Botafogo.

O velório ocorreu ontem, assim como a cremação do corpo no Cemitério São João Batista. Em seus 54 anos de carreira, criou mais de cem programas de televisão. Fernando Barbosa Lima era filho de Barbosa Lima Sobrinho, o Barbosão, jornalista e político que viveu e participou dos principais fatos da história brasileira no século 20.

A saga do pai, reunida em mais de 30 horas de programas de televisão - entre entrevistas, depoimentos e participações -, virou DVD pelas mãos do filho.

Fernando dirigiu as TVs Excelsior, Manchete e Bandeirantes. Presidiu, por duas vezes, a TVE do Rio. Ganhou dezenas de prêmios com criações como o Jornal da Vanguarda (Excelsior), que contava com nomes como Millôr Fernandes, Borjalo e José Lewgoy. Assinou formatos importantes como Cara a Cara (Bandeirantes), Sem Censura e Abertura (Tupi), programa revolucionário da década de 70, que trazia posturas visionárias de artistas como Glauber Rocha e Ziraldo.

Ele era presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Teve sua primeira chance na TV com pouco mais de 20 anos, quando se tornou diretor do programa Preto no Branco (TV Rio), criação sua que trazia Oswaldo Sargentelli entrevistando grandes personalidades.

O diferencial: o entrevistado ficava em pé em um cenário vazio e o entrevistador fazia as perguntas somente via áudio, com sua voz grave. Inusitado para uma época em que a TV trabalhava com formatos engessados. Entre outras criações, destacam-se o Canal Livre, na Bandeirantes, e o Conexão Internacional, com Roberto d’Ávila.


Na mesma noite de sexta-feira morreu outro importante jornalista brasileiro. Fausto Wolff faleceu, às 20h05m, no Hospital São Lucas, em Copacabana, de insuficiência respiratória, em decorrência de uma hemorragia. Com 52 anos de carreira, começou a trabalhar aos 14 anos como repórter de polícia e contínuo do Diário de Porto Alegre. Gaúcho de Santo Ângelo, Fausto veio para o Rio de Janeiro aos 18 anos e se notabilizou como um dos editores do jornal "O Pasquim". Trabalhou em jornais como O GLOBO, "Jornal do Brasil" e "Tribuna da Imprensa", e as revistas "O Cruzeiro" e "Manchete".

Ultimamente, escrevia uma coluna para o caderno de cultura do JB. Foi também diretor de teatro e de cinema, além de professor de literatura nas universidades de Copenhague e Nápoles. Além disso, foi autor de vários livros.

Segundo a família, Fausto vinha lutando contra uma tromboembolia pulmonar há mais de dois anos. Ele estava com 68 anos. Deixou a mulher e duas filhas. O velório de Wolff está marcado para este domingo.

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